O Palácio Nacional de Mafra faz 300 anos. O símbolo mais importante da arquitetura Barroca em Portugal, é o único monumento nacional que integra um Paço Real, uma Basílica e um Convento. O conjunto destas infraestruturas é candidato a património da Humanidade da UNESCO, o que a confirmar-se seria certamente mais um motivo de orgulho para os portugueses por todo o mundo.
Durante este tricentenário, sobreviveu quase incólume ao Terramoto de 1755, o seu primeiro grande embate depois de construído, resistiu às invasões francesas, assistiu às lutas liberais, à extinção das ordens religiosas (1834) e à implantação da República (1910).
Em maio de 1911 tornou-se no primeiro monumento a abrir as portas ao público. No ano passado foi o quarto monumento mais visitado em Portugal, entre os 21 que são tutelados pela Direção Geral do Património Cultural. Os 327 563 visitantes durante os 12 meses de 2016 apenas foram superados pelo Mosteiro dos Jerónimos, pela Torre de Belém e pelo Mosteiro da Batalha.
A entrada na lista de património mundial da humanidade apenas será votada em 2018, mas a candidatura tem de estar pronta já este ano, para começar a ser analisada pelos responsáveis da UNESCO. Entre os objetivos constam a atração de ainda mais turistas, contribuindo para o desenvolvimento socioeconómico do concelho, assim como contribuir para a valorização do património que faz parte do conjunto arquitetónico.
Os dois carrilhões do palácio, que fazem parte dos seus principais símbolos, continuam mudos, ao contrário dos seis órgãos históricos da Basílica de Mafra, recuperados há cerca de uma década. Protagonizam vários momentos do extenso programa das celebrações do tricentenário, com o presente mês a ser exemplo disso (ver caixa).
Para além dos dois carrilhões e dos seis órgãos, do património existente destacam-se esculturas e pinturas de mestres italianos e portugueses do período Barroco. O palácio é ainda detentor de uma das mais ricas bibliotecas europeias (uma das mais belas do mundo), com um acervo documental de várias áreas de estudo do século XVIII.
No que toca à Tapada de Mafra, criada em 1747, possui mais de 500 animais de 60 espécies diferentes, entre gamos, veados, javalis, aves como a águia de Bonelli ou o bufo real, répteis como salamandras, tritões e cobras e uma floresta de 800 hectares. Algumas das árvores são consideradas de interesse público, como o castanheiro-da-índia, a olaia e o sobreiro.
Visitas à biblioteca, passeios na Tapada
O programa que comemora os 300 anos do início da edificação do Palácio Nacional de Mafra inclui meia centena de eventos, os quais começaram a 17 de novembro de 2016 e se prolongam precisamente até 17 de novembro deste ano. Da lista de atividades fazem parte conferências, visitas à Tapada Nacional, lançamento de livros, concertos, encenação de uma peça de teatro, visitas subterrâneas a locais vedados ao público e exposições.
Não é difícil adivinhar qual é a peça de teatro encenada. “Memorial do Convento”, a partir do livro de José Saramago com o mesmo nome, é obrigatório entre as atividades do Palácio em qualquer época do ano. Desde fevereiro que acontece nos primeiros sábados de cada mês, prática que perdurará até junho.
“Memorial do Convento” é também o nome de uma exposição de entrada livre que foi inaugurada a 26 de março e pode ser vista até 31 de maio na Galilé da Basílica, ou seja, a antecâmara do monumento. Este mês também se pode desfrutar de uma visita noturna à biblioteca, marcada para dia 29.
No que toca às visitas orientadas à Tapada Nacional, a primeira teve lugar a 5 de março, sendo que as próximas estão previstas para 7 de maio, 2 de julho, 6 de agosto, 3 de setembro e 1 de outubro.
Desde 1717 até aos dias presentes, muito aconteceu no país. A monarquia deu lugar à república, os portugueses que partiram para outros pontos do mundo já não vão à procura de ouro e especiarias. Outrora casa de dezenas de frades, o Palácio Nacional de Mafra é atualmente admirado como um dos grandes símbolos do património histórico português.
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