Por Sérgio Gonçalves
LISBOA (Reuters) – O presidente de Portugal bloqueou nesta sexta-feira uma ordem do governo para iniciar a privatização da TAP Airlines, alegando falta de transparência e dúvidas sobre o papel futuro do Estado, e exigiu esclarecimentos urgentes sem atrasar o processo.
O Presidente Marcelo Rebelo de Souza disse que a TAP é socorrida pelos contribuintes e tem valor estratégico para o país, pelo que deve haver “máxima transparência em todo o processo”.
Há um mês o governo aprovou a venda de pelo menos 51% da TAP e disse estar empenhado em encontrar uma companhia aérea parceira que impulsione o seu crescimento, o hub de Lisboa e outros aeroportos.
A privatização da TAP já atraiu o interesse da Lufthansa, da Air France-KLM e da IAG, proprietária da British Airways.
Rebelo de Sousa afirmou em comunicado que o despacho “suscitou muitas dúvidas” e vai devolvê-lo ao governo, acrescentando que as suas dúvidas “podem ser esclarecidas sem muita demora e sem comprometer a urgência do processo”.
O primeiro-ministro Antonio Costa disse em comunicado que as preocupações foram “formalmente consideradas”.
Rebelo de Souza disse querer “esclarecimento sobre a futura capacidade efectiva de monitorização e intervenção do Estado, uma vez que o Diploma não prevê expressamente nem permite qualquer papel do Estado nas decisões administrativas subsequentes”.
O presidente criticou o facto de o diploma permitir à TAP “vender ou adquirir qualquer tipo de imóvel, sem a menor precisão ou critério”, acrescentando que “não está garantida a total transparência”.
A TAP reportou na terça-feira um salto de 62% no lucro líquido do terceiro trimestre, para um recorde de 180,5 milhões de euros (191 milhões de dólares).
($1 = 0,9463 euros)
(Reportagem de Sergio Gonçalves; edição de Alexander Smith)
“Guru gastronômico certificado. Especialista em Internet. Viciado em bacon. Entusiasta de TV. Escritor ávido. Gamer. Beeraholic.”
More Stories
Um terremoto de magnitude 5,3 atingiu a costa de Portugal
Air Canada lança novas rotas de Montreal para Itália e Portugal – AviationLine
Espanha e Portugal abandonam projetos eólicos offshore à medida que os custos da Equinor aumentam